sábado, 12 de dezembro de 2009

Jardins



Edith Beale


Grey Gardens é um filme doce, o que não deixa de ser estanho de se dizer.

No último final de semana aluguei o filme, que, em 90 minutos, acaba dando conta de mais coisas que muito filme indie americano, desses que adoram uma gente esquisita.

Ranço à parte, o filme acaba sendo uma evolução involuntária do cinema direto, já que eles são pressionados a todo momento a se colocarem no filme, especialmente por Little Eddie (que além de ser uma matraca, chaveca bastante os irmãos, inclusive...).

Mas o que de fato salta aos olhos é o carinho e o respeito que os dois irmãos têm pelas duas. Vendo os extras do filme, dá para perceber que Albert Maysles é partidário de conceitos delicados na realização de um documentário (verdade, amor, realidade, para ficar com alguns); ao mesmo tempo ele mesmo reconhece que não se deve chegar com qualquer conceito diante do seu objeto antes de realizar um filme. Ou sendo mais direta e hippie, o lance é ter o coração aberto, e tentar construir essa ‘verdade’ das pessoas que estão sendo filmadas.

O engraçado é em que em alguns momentos, Albert Maysles me pareceu um tanto ingênuo... Em especial quando ele aborda o conceito de empatia com o objeto a ser filmado – coisa arriscada já que ele vai se mantendo numa linha tênue cujo o outro lado é a desgraça do próprio exibicionismo e afetação.

Acho que o fato dele ser psicólogo o ajudou a não errar a mão, pelo menos no Grey Gardens e no Caixeiro-viajante. E deve ter pego apenas psicólogos para montar o filme também (especulação pura, mas segundo sua colaboradora Susan Froemke,na época ele e David não gostavam de pegar colaboradores de cinema para trabalhar com eles. Por que será?).

Enfim, esse lance da empatia me lembrou outros dois filmes que vi recentemente: Julie & Julia e 500 dias com ela, onde os personagens não tem lá muita dela.

O primeiro tem uma Meryl Streep afetada para caraleo (O que é aquele bonjour? Ficou faltando só uma boina – que mico!) e uma Julie Powell mais bacana, interessante (embora esse drama 30 anos em NY já tenha dado no saco) e minimamente humana.

Já no 500 dias com ela temos um casal de personagens que parecem saídos de uma pesquisa de tendências. E os dois filmes tem uma coisa mais grave em comum: parecem ter feito mal a lição de casa dos livros de roteiro no que se refere à economia narrativa e construção de personagem. O 500 dias... chega a ser sufocante de tão esquemático, cada seqüência e cada gag milimetricamente pensados e executados (e unicamente servindo para ‘dar andamento à história’ mais do servir a um desenvolvimento saudável das figuras protagonistas), vide a cena do elevador (“I love The Smiths!”) e a dos chineses na IKEA, que, aliás, bombou no famigerado “product placement”.


Pelo visto, mesmo num nível imaginário, os autores americanos andam precisando ter mais paciência e carinho pelos personagens que criam...


David e Albert Maysles junto com Little Eddie e Big Eddie, na filmagem de Grey Gardens

Observação: me atenho muito ao Albert Maysles, já que são dele os depoimentos que vi sobre a realização do filme. David Mayles faleceu nos anos 80, se não me falha a memória, de derrame... E era David o responsável por acompanhar a montagem dos filmes, pelo menos no Grey Gardens (e acho que no Caixeiro-viajante também).


Obs2: Albert toca uma sala de cinema, no Harlem (NY), com uma programação ótima de documentários. Link aqui.




domingo, 6 de dezembro de 2009

Flamengo

Não tenho muitas lembranças de infância associadas ao futebol.
Mas lembro que ainda morava no Rio em 1992, quando, numa final de campeonato brasileiro, o Maraca desabou ("O maracanã virou Vietnã"). Outro dia fui saber que era num jogo do Flamengo.

O vascaíno do Eduardo Paes deve estar apavorado - até porque hoje se repete a combinação que deu em Vietnã, só que dessa vez, tem o risco de aparecer uma crônica na New Yorker e uma manchete na CNN.

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Hoje, provavelmente, o Flamengo vai ser campeão de novo. Em geral, o Flamengo nunca merece ganhar, mas esse ano eles têm o Adriano e esse merece ser feliz. Vai Didico!




Um vídeo 'dedicado' ao Eduardo Paes - (o flamenguista que fez é gênio).

Um vídeo do Adriano na Vila Cruzeiro.

O brasileiro e sua dúvida





Zé Bonitinho genial, Maria Gladys pitéu e Helena Ignez Yemanjá. Entre ditadura, burguesia, religião, cultura popular, temos Sem Essa, Aranha, do Rogério Sganzerla (1970).


Tem a presença também do Luiz Gonzaga, que lá pelas tantas fala “Estamos vivendo um momento de anti-Brasil. Não sei o que vai acontecer nem onde vamos parar”.


Em tempos de assessores de imagem e convites ao Spielberg para filmar a biografia do Roberto Carlos, é inimaginável um artista do porte do Luiz Gonzaga participar de um filme experimental desse, com uma participação tão política. E não sei também quem teria a ousadia e a irreverência de fazer um filme assim.


Quem filmaria o Fresno num pátio de colégio, rodeado de adolescentes histéricas, com o Christian Pior passando e dizendo que a crise foi só uma marolinha?





(Heresia a minha comparar o Fresno ao Luiz Gonzaga e o Loredo ao Evandro Santo) 

PS:  Vai aqui um link para uma entrevista do Jorge Loredo na Contracampo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Berliner mauer



O assunto está bem fora de moda; em todo o caso, vale a visita:

Radio France fait le mur é um site que contém toda a programação da Radio France em comemoração à queda do Muro de Berlim, com direito à Glasnot, Nina Hagen, Kreuzbeurg, Daniel Brühl (falando français), etc.

Para ficar dias escutando, em especial as matérias da época (Au fil du mur).

Só ficou faltando eles recomendarem o Stasilândia.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Estagiário é alguém perdido entre a preguiça e uma planilha de Excel...

terça-feira, 22 de maio de 2007

Pausa!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Macumba Dub




Da série presenças marcantes em shows:

Tunga no Lee Perry.

A foto é Tunga no google imagens. Descobri que Tunga é um bicho do pé, mas achei essa foto por acaso, bem simpática.

E nada de obras dele. Pelo visto o figura não anda em alta no mundo das artes.